quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Convívio Fraterno 1144

Foi há 5 anos que me foi feito o convite para participar nos Convívios Fraternos, tinha nessa altura recebido há pouco tempo os Dons do Espírito Santo, por meio do Crisma, no entanto ignorei o chamamento que me foi feito…
Entretanto cinco anos passaram, e com esses cincos anos a estagnação surgiu.

Este ano decidi, finalmente, participar nos Convívios Fraternos, e juntar-me a esta grande família, no entanto sendo este um movimento de Primeiro Anúncio, deparei-me com um Jesus que já conhecia… E assim, no primeiro dia, senti que o caminho que estava a iniciar já tinha sido percorrido por mim. Porquê conhecer de novo o que já conhecemos?
Sendo Jesus nosso amigo, e como sempre acontece com os nossos amigos, se os conhecemos à muito tempo, se lidamos com eles todos os dias, temos tendência a tornar a nossa relação uma rotina. Sendo eu Cristão Praticante, e um membro activo na Igreja, nomeadamente por meio do Escutismo, cometi um erro fácil, o de me acomodar, o de me deixar ficar por este Deus, nosso Pai, o que faz de nós irmãos de Jesus, sem que procurasse mais, sem que caminhasse para mais perto dele… Surgiu dentro de mim o conforto do conhecido, da certeza de que Ele existe e está cá para nós em todos os momentos. Tal como numa amizade entre nós homens, existe uma necessidade constante de esta ser alimentada, de conhecer melhor o outro, de ir ao seu encontro, de o completar! Não basta darmos testemunho dele aos outros, aos que não O conhecem, é preciso muitas vezes inverter os papeis… Estar rodeado de quem o conhece, receber dos outros O que ele nos quer dar.

No quotidiano que hoje vivemos, em que todos os dias são curtos para tudo o que temos de fazer é imperativo parar e olhar em nosso redor… Foi isso que fiz! Entrando no Convívio, e deixando para trás o stress e agitação dos tempos de hoje, embarquei numa viagem fraterna e de encontro com o outro e Deus, na pessoa de Jesus Cristo. A vontade de estar próximo d’Ele era muita, no entanto numa primeira visão, com os olhos de homem, apenas vi o receio e a desilusão… Não sei se pelo facto de terem passados cinco anos, se pela certeza que tenho em Jesus, por ter já privado com Ele, se pelo facto de estar rodeado de jovens iguais ao que era há cinco anos atrás.

Foi então, que algures no meio desta viagem, que estava em risco de perder o rumo e de se tornar fria e distante, alguém me disse: “Deixa as portas sempre abertas. Não feches o teu coração!”…
Foi neste ponto que a viagem teve o seu ponto de viragem, estando eu agora de coração aberto para Jesus, e de braços abertos para meus irmãos… Foi assim que uma nova graça caiu sobre mim, que passei a olhar em meu redor com olhos de amor, esse tal Amor que Deus nos trouxe por intermédio de seu Filho, Jesus. Foi aqui que surgiu em cada jovem, cada irmão, em meu redor um novo rosto de Cristo, um rosto que brilhava e irradiava o Amor e a Felicidade que só ele nos pode dar.
Senti dentro de mim O empurrão que me tirou da estagnação, que me fez abrir os olhos, ver o mundo com os olhos d’Ele, que me fez dar-me aos outros e fazer no meu rosto o rosto de Jesus. Cada um de nós, nesta fase que é a juventude, é portador de uma enorme força, a alegria de crescer e viver, que no seu auge espelha o Amor que Deus sente por nós. Permitem os Convívios Fraternos entregarmo-nos aos outros e partilharmos com os outros este calor humano que sentimos na presença do Seu Filho, o nosso querido Amigo e Irmão, Jesus Cristo.
É estranho, e igualmente inesquecível, como numa caminhada de Certezas, de Fé e Serviço ao próximo, que todos os dias tentamos fazer, podemos muitas vezes deixar-nos cair na rotina. Transformando o que é o Amor de Deus, em algo mecânico e frio, como que a rocha de uma montanha gelada. É por isso fundamental que revelemos este nosso Jesus, dando a conhecê-lo aos outros, principalmente aos jovens… Para que eles possam deixar-se aquecer e tornarem-se Luz que aquece e ilumina o seu caminho e dos que o rodeiam.

Numa idade em que tudo parece feito do mais frágil material, onde as certezas são incertas, onde a alegria parece triste, onde numa multidão nos sentimos sozinhos, é importante iluminar com esta Luz o nosso caminho. Foi aqui, no seio de uma família maioritariamente constituída por jovens destes, que senti o conforto de lhes dar a conhecer este Jesus, que os Ama e que os acompanha em todos os passos das suas vidas. O que poderá ser mais belo do que olhar em nossa volta e ver o reflexo de Cristo no sorriso de cada um deles?
Mais do que dar a conhecer, partilhando e anunciando, Jesus aos outros, é a oportunidade de privar com Ele, de nos reconciliarmos e sentirmos de novo o seu Amor em nós. A beleza de ver através d’Ele, sermos os seus olhos, as suas mãos, agir de acordo com a Boa-Nova que nos trouxe, tornando tudo em nosso redor fruto do Seu Amor.
Vivemos como que com um constante par de óculos… Existe por isso um filtro entre o que existe realmente e o que vemos… Muitas vezes deixamo-nos contagiar pela negativismo e clima de insegurança que vivemos, é tempo de deixar de lado este filtro, e ver com os olhos de homens, mas iluminados pelo Amor de Deus, as maravilhas que ele nos deixou como herança. Nesta atitude de entrega, que é a confiança máxima no Senhor, é nos revelado a beleza do outro e do mundo em nosso redor. É nos pedido que continuemos esta missão, regressando sempre para junto de Jesus, partindo de novo, levando o Seu rosto, o Seu Amor, espalhando a Sua Mensagem… Entreguemo-nos aos outros, deixemo-nos guiar pelo Seu Amor, vivendo em comunhão e união com os outros. O caminho para Deus não é de solidão, mas sim de família e fraternidade… Em Família partilhando, no serviço ao próximo, na comunhão com Jesus e os irmãos, encontramos finalmente o caminho para a Felicidade, pois esta não é mais do que viver ao máximo Amor de Deus, partilhando-o com os outros.

Três dias passaram… O “quarto dia” tem início hoje!...

Entrei sozinho, convencido de que conhecia Jesus, e conhecia de facto, mas olho agora para Ele com Amor; olho em redor e vejo espelhado no rosto de cada um de nós esse mesmo Jesus; é tempo de renovar esta Amizade, de conhecer em pormenor a sua vida, tal como fazemos com todos os nossos amigos. Saio com força renova e com a certeza de que existe esperança, de que mais vivem o mesmo Amor que eu…

Dou Graças a Deus por existir junto de nós esta Família, a qual faz de nós irmãos de Jesus e filhos de Deus Pai, a qual nos ampara nos piores momentos e festeja connosco nos melhores. Obrigado Senhor por existir tamanha família que deseja partilha connosco o Teu Amor, dando um pouco de si, esticando-nos sua mão para que nos aproximemos de Ti!


Convívio Fraterno de Natal 2010, Torres Novas,
João Soares Ferreira (Novo conviva CF1144)

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